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TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE RECOLHIMENTO DE DADOS QUANTITATIVOS

TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE RECOLHIMENTO DE DADOS QUANTITATIVOS

A sessão abordou essencialmente o esboço/anteprojeto de investigação que deverá ser realizado em grupo (com quatro a cinco elementos). Esse esboço consistirá no trabalho final da unidade curricular, tendo em conta uma problemática — "Só com um computador na escola", fornecida pelo docente da unidade curricular.
     O anteprojeto deverá conter os seguintes componentes:
  • Problema de partida;
  • Natureza do problema;
  • Paradigma de investigação;
  • Questões de investigação;
  • Objetivos de investigação;
  • Instrumento(s) de recolha de dados;
  • Plano de análise de dados; e
  • Resultados esperados.     

Sinteticamente, este anteprojeto irá reunir tudo o que foi abordado ao longo dos vários módulos.

Segue abaixo o trabalho em grupo:

UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
  
ANTEPROJETO DE PESQUISA
QUAIS AS ESTRATEGIAS UTILIZADAS PELOS PROFESSORES NA ESCOLA COM APENAS UM COMPUTADOR?

 MESTRANDOS
ANA CELI FRANCO DA COSTA
CHRISTIANE RODRIGUES TOSI
ELIANE DALLA COLETTA
FABRÍCIO PEREIRA
FERNANDA LOPES
MIRIAN BENEVIDES
RICARDO NATALICCHIO
  
ORIENTADOR
FERNANDO ANTONIO ALBUQUERQUE COSTA

 SÃO PAULO
2018

 SUMÁRIO

1.      INTRODUÇÃO ……………………………………………………………..1
2.      PROBLEMA DE PARTIDA…………………………………..……………1
3.      NATUREZA DO PROBLEMA……………………………....……….…….2
4.      PARADIGMA DE INVESTIGAÇÃO…………………………..………….2
5.      QUESTÕES DE INVESTIGAÇÃO………………………………...………3
6.      OBJETIVOS DE INVESTIGAÇÃO…………………………..……………3
7.      INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS…………………......……4
8.      PLANO DE ANÁLISE DE DADOS……………………………………...…5
9.      RESULTADOS ESPERADOS………………………….…….……..…..…..6
10.   REFERÊNCIAS .............................................................................................7
1.      INTRODUÇÃO
            Iniciamos a reflexão deste trabalho, a partir da solicitação de um esboço do projeto de investigação, imaginando-o na origem do trabalho de observação, aplicando as aprendizagens efetuadas no âmbito da Unidade Curricular de Metodologia de Investigação I, no Mestrado de Educação, na área de especialização de Educação e Tecnologias Digitais, que nos desfiou a propor um problema de pesquisa em CSH dentro dos estudos realizados durante esta unidade curricular.
             Para elaborar um anteprojeto de pesquisa a partir de um relato de um professor que possui apenas um computador para trabalhar numa dada escola, apresentaremos neste documento de um problema, um objetivo geral, objetivos específicos, técnicas escolhidas para recolha de dados, justificativas para tais escolhas, embasadas nos textos lidos por nós durante a unidade curricular metodologia de investigação I e nossas expectativas de recolha.
             Desejamos com esta pesquisa elencar quais as estratégias utilizadas pelos professores que utilizam apenas um computador ao ministrarem suas aulas, para entender suas dificuldades, atividades e dinâmicas ao embarcarem na busca pela utilização das TIC como ferramentas digitais parceiras na construção do conhecimento dos alunos por eles mesmos.
             Para tanto e primeiramente, antes mesmo de discutirmos a natureza do problema, vejamos o por quê da investigação em Ciências Sociais e Humanas.
               "É através da investigação que se reflete e problematizam os problemas nascidos na prática, que se suscita o debate e de edificam as ideias inovadoras.”(Coutinho, 2014).
É importante também saber quais fatores impactam diretamente pesquisas conduzidas na área das ciências humanas. Coutinho (2014), fala sobre os dois requisitos para o sucesso para pesquisas em CSH, sua cientificidade, rigor e  sistematização, e sua adequação ao objeto de estudo. Segundo a autora, pesquisas em CSH caracterizam-se quer seja pela multiplicidade quer pela dependência contextual. A primeira, significando “ a existência de diferentes abordagens e/ou modelos, e/ou paradigmas, por exemplo, o modelo das ciências naturais e o das ciências sociais, os métodos indutivo e dedutivo, as técnicas quantitativa e qualitativa, o que origina uma discussão, por vezes dicotômica e contraditória, sobre os aspectos epistemológicos e metodológicos e metodológicos da investigação.” , a segunda, tratando-se da impossibilidade da dissociação do cientista social do seu ambiente sociocultural.
             Desta maneira, seguiremos definindo o problema de partida da pesquisa que delimitamos para efeito deste trabalho, cientes de que, ao aprofundarmo-nos na pesquisa, o problema poderá sofrer alterações.
2.      PROBLEMA DE PARTIDA
            De acordo com Creswell (2010), quando os pesquisadores iniciam seus estudos, começam com um ou mais parágrafos que transmitem os problemas ou as questões de pesquisa específicas. Eles também apresentam, na primeira sentença, informações para despertar interesse no leitor. Nas frases que seguem à primeira, os autores identificam um problema de pesquisa distinto que precisa ser abordado.  
            O problema emerge após análise de temas relacionados aos equipamentos disponíveis na escola, que tipo de trabalho promovem com os alunos, com que dificuldades se confrontam e que problemas tiveram de ultrapassar, onde o respectivo pesquisador as utilize para embasar quais estratégias de integração das TIC no currículo, deva ser mais apropriada. A partir das variáveis, professor, estratégias e um computador, delimitamos, assim, nosso problema de partida: “Quais estratégias utilizam os professores na escola com apenas um computador?
             Segundo Tuckman (2000), um bom problema i) deve estabelecer uma relação entre duas ou mais variáveis. Neste caso optou-se por avaliar quais estratégias utilizam os professores, onde o investigador maneja um aspecto mínimo de uma variável para determinar os seus efeitos noutras variáveis; ii)  deve ser formulado de forma clara e sem ambiguidade, isto é, de forma explícita; iii) deve ser formulado em forma de questão, ou seja, na medida em que é distinto da formulação declarativa da hipótese, derivada do mesmo problema; iv) deve ser testável por métodos empíricos, logo deve ser possível fazer a coleta de dados que respondam à questão formulada, evitando o uso de duas variáveis vagas, complexas, difíceis de medir e de utilizar os dados; v) não deve representar qualquer atitude moral ou ética, evitando questões sobre ideais e valores, pois são mais difíceis de estudar do que as questões sobre as atitudes ou performance.
Assegurando de que o problema de pesquisa seja estruturado de maneira consistente com a técnica de pesquisa no estudo (por exemplo, exploratória no estudo qualitativo).
                       Na pesquisa de ciência social aplicada, os problemas surgem a partir de questões, dificuldades e práticas correntes, devem ser significativos e estabelecem uma questão prática ou preocupação que precisa ser tratada. Um problema de pesquisa é a questão que existe na literatura, em teoria ou prática, que resulta na necessidade do estudo.
             A escolha do problema foi além do âmbito técnico, pois escolhemos algo que realmente nos interessaria na dada situação, lembrando Alon (2009), que a escolha do problema deve verdadeiramente interessar e motivar o pesquisador.
3.      NATUREZA DO PROBLEMA
     Dentro de tal realidade é onde está inserido o problema que propomos neste anteprojeto: Quais estratégias utilizam os professores na escola com apenas um computador?
       O tipo de investigação que adotaremos será o descritivo pois, segundo Almeida & Freire (2002), haverá uma inventariação das características  num grupo , onde buscar-se-á descrever um fenômeno, identificando variáveis e inventariando fatos através de técnicas de pesquisa pertinentes à perspectiva humanista - interpretativa, onde o que nos interessa são os significados e às intenções das ações humanas. Trata-se ainda de uma investigação aplicada que busca soluções práticas para os problemas a partir da compreensão dos fenômenos.
      Segundo Walliman (2011), a perspectiva relativista trata os fatos como interpretações humanas da realidade, podendo variar com o tempo ou ser percebidos de forma diferente por diferentes grupos, culturas. Sendo assim, associada à essa perspectiva relativista, humanista, referida também como naturalista, estaria o paradigma qualitativo.  
4.      PARADIGMA DE INVESTIGAÇÃO
O paradigma de investigação subjacente a este estudo irá centrar-se no paradigma interpretativo, também denominado de qualitativo ou humanista.
 A seleção deste paradigma em concreto justificou-se pelo facto de este englobar um conjunto de correntes humanístico-interpretativas cujos interesses resumem-se a compreender os significados das ações humanas para diferentes pessoas envolvidas na ação social, procurando contributos da Antropologia e da Sociologia e alguma fundamentação psicológica (Lukas & Santiago, 2004).
 Este paradigma assume ainda um conjunto de axiomas relevantes, úteis para o estudo desta problemática, entre os quais destacamos:
1) La conducta humana es un fenómeno más complejo que los fenómenos de las Ciencias Naturales por lo que no es posible entenderla utilizando los mismos medios utilizados para conocer el mundo natural; 2) las teorías científicas son relativas puesto que se fundamentan em valores sociales que cambian com el tiempo por lo que los conceptos de universalidad, objetividad y certeza de los conocimientos científicos quedan cuestionados”; 3) para el paradigma interpretativo la realidad es algo mútiple (no único) que únicamente puede ser estudiada de forma holística. La investigación de essas realidades múltiples indudablemente tenderá ser divergente, con lo que los objetivos de predicción y control serán muy inviables (ibidem, pp. 29-29).
 Mediante as informações sobreditas, fica patente que a seleção deste paradigma em específico permitir-nos-á compreender os fenómenos por meio de uma análise profunda das percepções e interpretações dos sujeitos intervenientes neste contexto educativo em particular, procurando a objetividade intersubjetiva (Lukas & Santiago, 2004; Mediano, 1996, referido por Lukas & Santiago, 2004), visando a busca de conclusões gerais para o contexto em estudo, privilegiando a compreensão em vez da comprovação.
 Goetz e Lecompte (1998), acrescentam ainda que este tipo de paradigma permitem gerar teorias que possuem um caráter indutivo e generativo, no sentido de que se desenvolvem a partir dos próprios dados e não através do contraste empírico de hipóteses previamente formuladas (mencionado por Lukas & Santiago, 2004)

. 5.      QUESTÕES DE INVESTIGAÇÃO
            As questões de investigação fomentam os objetivos da pesquisa e precisam expressar os reais questionamentos no processo de investigação.
             No siempre en la pregunta o las preguntas se comunica el problema en su totalidad, com toda su riqueza y contenido. A veces se formula solamente el propósito del estudio, aunque las preguntas deben resumir lo que habrá de ser la investigación. (Hernández, Fernández y Baptista 2003, p.11)
             A partir desse conceito, as perguntas do processo de investigação serão:
   I.      De que maneira os professores utilizam o único computador disponível?
   II.      Quais os entraves subjacentes à utilização de um único computador?
 6.      OBJETIVOS DE INVESTIGAÇÃO
            Os objetivos em um processo de investigação exercem papel fundamental, pois orientam a linha de pesquisa. Conforme Hernández, Fernández y Baptista (2003, p.11)
Objetivos de investigación: tienen la finalidad de señalar a lo que se aspira en la investigación y deben expresarse con claridad, pues son las guías del estudio.
             A partir dessa perspectiva, os objetivos propostos para estudo são:
 o   Identificar as práticas adotadas para utilização das TIC com um único computador disponível
          Conforme Nenty (2009) Embora a declaração do problema do estudo é a apresentação e análise do problema a que uma solução está sendo buscada através da pesquisa, o objetivo da investigação é a intenção que se pretende contribuir com uma solução para o problema descrito.
 o   Identificar os entraves subjacentes à utilização de um único computador
             Segundo, Sampieri, Colado & Lucio (2003), También es conveniente comentar que durante la investigación es posible que surjan objetivos adicionales, se modifiquen los objetivos iniciales o incluso se sustituyan por nuevos objetivos, según la dirección que tome la investigación.
             Também segundo Hernández, Fernández y Baptista (2003, p.11), hay investigaciones que buscan, ante todo, contribuir a resolver un problema en especial (en este caso debe mencionarse cuál es y de qué manera se piensa que el estudio ayudará a resolverlo), y otras que tienen como objetivo principal probar una teoría o aportar evidencia empírica en favor de ella. También existen estudios que como resultado final pretenden generar un planteamiento del problema o inducir el conocimiento (en especial los cualitativos).
         Os objetivos delimitados nesse nosso processo de investigação está relacionado a auxiliar em resolver um problema em especial, que nesse caso, é a utilização pelos professores de um único computador em uma escola.
 7.      INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS
            A recolha de dados será realizada por três instrumentos de técnica direta que são a história de vida, observação e discussão de grupo.
             A história de vida é um método de natureza qualitativa que fortalece de modo mais reflexivo, consciente e intencional na investigação das ciências sociais e tem como característica fundamental a preocupação com o vínculo entre o investigador e o sujeito. Refere-se ao estudo de um único indivíduo e das suas experiências contadas.
             O método histórias de vida requer um entendimento da vida de outros, no caso desta investigação se tratará de história de vida do professor  que trabalha com somente um  computador na escola, pois a todos será solicitado que elaborem um relato escrito contando o que já fazem com os equipamentos disponíveis na escola, que tipo de trabalho promovem com os alunos, com que dificuldades se confrontam e que problemas tiveram de ultrapassar, etc.,  desta forma  permitirá que o tema desta investigação seja estudado do ponto de vista de quem está vivenciando a situação e/ou problema,  oportunizando  o entendimento da cultura “ do lado do investigado” ( lado de dentro) , permitindo o estudo das relações entre o que é  externo  ao  investigado e aquilo que ele  tem dentro de si.
             Através do relato/ narrativa  destes professores será possível  compreender  a interpretação individual de cada um,  do seu  dia a dia , com as suas experiências diversificadas  correlacionadas com os demais professores da escola. Como também, proporcionar  a valorização de cada discurso que estará sendo racionalizado, estruturado  e organizado  nas suas histórias. Segundo Amado, citado por  Araújo et al (2016,pp.592)  estes estudos assentam assim o pressuposto de que narrar é reescrever e não descrever, pois interpretar a narrativa experiencial não é descrever objetivamente o presente como um encadeamento causal de um passado, é subjetivá-lo para o projetar no futuro.
             A história de vida, neste contexto oportunizará uma análise e interpretação, integrando as experiências subjetivas com o contexto da escola  e fornecerá uma base para o entendimento do componente histórico  individual desta prática dos professores, como também a percepção do componente individual dos fenômenos históricos. Este método é caracterizado por muitos estudiosos como investigação-ação pela imprescindibilidade de intervenção junto ao investigado (professor).(Araújo et al,pp.592).
Para o entendimento da profundidade deste método, Meneghel, citado por Araújo et al (2016,pp.593) refere:
Há um consenso entre os pesquisadores que trabalham com histórias de vida, que uma boa história “desborda” deixando vir à tona elementos sequer imaginados e surpreendendo o próprio narrador. A história de vida devolve a palavra aos silenciosos e aos esquecidos da história e projeta uma iluminação particular ao social; elas tiram a palavra dos lugares de silêncio e rechaçam um ponto de vista enquadrado em sistemas de pensamento exclusivos, redutores e totalitários.
             A observação  será realizada no contexto da ocorrência, que será  a escola,  numa interação com os professores que participam naturalmente do tema da nossa investigação. A recolha de informação se dará através de notas de campo, registros textuais dos diálogos com os professores observados e entrevista não estruturada , com os professores-chave.
             Com o desenvolvimento da investigação será realizado também, grupos de discussão com professores e alunos na própria escola. Este procedimento deverá ser realizado numa sala determinada que permita uma disposição circular ou “U” das cadeiras. Como estratégia de registro, será  efetuado por gravação áudio e vídeo.
8.      PLANO DE ANÁLISE DE DADOS
            A análise dos dados é uma parte da pesquisa de extrema importância, pois é através dela que vamos procurar respostas ao questionamento principal da investigação. Esta  pesquisa que  tem uma natureza qualitativa, procura compreender os fenômenos assim como o contexto social dos investigados e as relações entre os sujeitos selecionados para o estudo . Nesta parte poderemos utilizar dados quantitativos para apoiar a nossa pesquisa , embora ela seja predominante de natureza qualitativa.
            Os métodos de recolha escolhidos serão os de  técnica direta, a saber: histórias de vida, observação e discussão de grupo. A análise dos dados será pautada principalmente na análise do discurso explícito e implícito , pois a metodologia principal utilizada serão as histórias de vida contada pelos professores  (Aires 2015.p42) .
            Segundo Aires (2015,) as fases mais importantes para a análise das histórias de vida  são:a transcrição dos relatos gerados e sua análise, e em segundo lugar é a autocrítica que o protagonista do relato faz do seu material com o auxílio do pesquisador. A principal dificuldade em utilizar  a técnica de análise do discurso é explorar a informação e dar-lhe um sentido sociológico. Além dessa temos ainda a  complexidade que supõe as diferenças entre o investigado e o investigador quanto ao uso da linguagem, sistema de valores, culturas e etc. (p. 41-42).
            Iniciando pela análise das histórias de vida segue abordagem para analisar o discurso dos professores.  Como não existe apenas uma linha de análise do discurso exponho aqui,  que a  linha utilizada será a linha francesa da análise do discurso . O objeto de estudo é o discurso presente na experiência de vida dos sujeitos  escolhidos para essa pesquisa. Catalina & Mutti (2006, p.680) dizem que o processo de análise discursiva tem a pretensão de interrogar os sentidos estabelecidos em diversas formas de produção, que podem ser verbais e não verbais, bastando que sua materialidade produza sentidos para interpretação; podem ser entrecruzadas com séries textuais (orais ou escritas)  ou imagens (fotografias) ou linguagem corporal (dança).             Um dos fundadores do estudo sobre o discurso foi Michel Pêcheux que relacionou o discurso entre e língua e o sujeito e a história e da língua e a ideologia (p.680) . Nesse método a linguagem vai além do texto, o contexto está implícito.
            A interpretação deverá ser feita sempre entre o interdiscurso e o intradiscurso chegando às posições representadas pelos sujeitos através das marcas linguísticas.(Catalina & Mutti ,2006, p.682).
            O grupo de discussão baseia-se em discursos orais de um determinado grupo social possibilitará uma representação em que se refletirá a dinâmica de uma realidade: normas, valores, interações sociais, perspectivas da realidade. (Aires Apud Colás, 1998, 2015, p.38). Com essa técnica uma dinâmica é proposta pelo investigador para analisar os discursos presentes no contexto. Os debates serão gravados em áudio e vídeo quando possível , para captar a íntegra das falas e possibilitar a análise. Sabendo que os relatos individuais trazem implícitos os valores e culturas de um grupo, analisar o grupo social também pode contribuir para compreender melhor as atitudes de um indivíduo.
            Inicialmente podemos categorizar os relatos agrupando por  idade , por formação em tecnologia , e por tempo de serviço. Esses dados podem ser estatisticamente tratados, apresentando  um panorama sobre os tipos de  professores  que estamos analisando dentro do contexto da escola em questão. Prosseguindo podemos categorizar as histórias coletadas de acordo com  tempo semanal dedicado para a realização das  atividades com o computador , tipo de atividades desenvolvidas, Recursos mais utilizados, Problemas enfrentados, Planos para o futuro. Como a investigação é qualitativa a categorização poderá  ser ampliada, modificada  no decorrer da investigação
            Quanto o discurso, presente nos relatos de histórias de vida dos professores, o pesquisador poderá extrair os questionamentos apontados por essa pesquisa que são : quais estratégias utilizadas pelos professores e os entraves que surgem a partir  do problema de infra- estrutura na escola. Em seguida deverá  reescrever a história conforme a sua interpretação e observação, pois cabe a este  inclusive identificar quais são as ideologias que os  influenciam, dentre outras informações. Esse tipo de análise não pretende descobrir algo novo, mas sim fazer uma interpretação ou releitura sem fazer julgamentos. (Catalina & Mutti ,2006, p.681).
            As observações diretas no campo de trabalho, devem gerar fichas de apoio , que auxiliem na categorização para a análise do discurso . Cabe aqui o olhar do investigador sobre o problema estudado e não apenas o que se diz fazer em determinadas situações. Esta pesquisa está pautada no ponto de vista do sujeito, porém a observação direta induz o investigador a fazer  uma análise externa ao contexto para confrontar com o é relatado nas histórias de vidas contadas. Cabe aqui uma análise comparativa do discurso com a prática conforme citado por Aires citando Colás a comparação e ordenação dos dados assegura a mediação entre a teorização e a informação observada. (2015, p.53) , com a única finalidade de compreender melhor o discurso do sujeito investigado e não de atestar a veracidade dos fatos, pois essa metodologia não tem esse objetivo. (Glat,  2009, p.30).
            Concluindo a análise,  o pesquisador poderá comparar o resultado dessa fase com as hipóteses , apresentando conclusões que sejam pertinentes.
9.      RESULTADOS ESPERADOS
Com esta pesquisa pretendemos, ao responder ao problema e:
Relacionar atividades e dinâmicas que os professores utilizam
o     Identificar pontos em comum
o     Colher similaridades e contrastes
o     Identificar o discurso predominante dos professores a respeito do uso de tecnologia
Posteriormente, compartilhar as descobertas com outros professores.
10.  REFERÊNCIAS
Aires,L. (2015). Técnicas de recolha de materiais empíricos. In: Paradigma qualitativo e práticas de investigação educacional.Lisboa. Universidade aberta.E-book disponível em:  http://hld.handle.net/10400.2/2028
 Aires, L. (2015). Paradigma qualitativo e práticas de investigação educacional. Lisboa:       Universidade Aberta. E-book, disponível online em:  https://goo.gl/c2h41p
 Almeida, L., & Freire, T. (2003). A Investigação em Psicologia e Educação. In Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação (pp. 18–34). Braga: Edição da Psiquilíbrios.
Alon, U. (2009). How To Choose a Good Scientific Problem. Molecular Cell35(6), 1–3. https://doi.org/10.1016/J.MOLCEL.2009.09.013
Araújo,P,Martins,E.,Ferandes,R,Mendes,F. & Magalhães,C. (2016). O Método das Histórias de Vida na Investigação Qualitativa em Psicologia. Disponível em: http://proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2016/article/viewFile/798/784
 Catalina, R., Caregnato, A., & Mutti, R. (2006). Pesquisa qualitativa: análise de discurso,           679–684. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v15n4/v15n4a17.pdf
 Coutinho, C. P. (2014). Fundamentos teóricos da investigação em ciências sociais e humanas. In Metodologia de Investigação em Ciências Sociais e Humanas:Teoria e prática (2a ed.). Coimbra: Edições Almedina.
 Creswell, J. W. (2010). Projeto de pesquisa métodos qualitativo, quantitativo e misto. In Projeto de pesquisa métodos qualitativo, quantitativo e misto. Artmed. (p.87 a 99).
  Glat, R. (2009). Somos iguais a vocês: Depoimentos de mulheres com deficiência mental . Rio de Janeiro, RJ: 7Letras.
 Lukas, J. F., & Santiago, K. (2004). Evaluación educativa. Madrid: Alianza Editorial.
Nenty, H. J. (2009). Writing a Quantitative Research Thesis. International Journal of Education and Science, 1, 19–32.
Roberto Hernández, R.; Fernández C. & Baptista, P. (2003). Metodología dela Investigación. México, D.F: McGraw-Hill, Interamericana.
Sampieri, R. H., Collado, C. F., & Lúcio, P. (2003). Metodologia de la investigación. (Interamericana, Ed.) (3rd ed.). México: Mcgraw-Hill. (p. 689).
Tuckman, B. W., da Cruz, M. E. V., Lopes, A. R., & Antunes, M. I. (2000). Manual de investigação em educação: como conceber e realizar o processo de investigação em educação. (p.35 a 57).

Referência
Costa, F. (2017). Definindo o projeto de investigação. Responder às questões de investigação. [pptx]. Disponível em (pasta partilhada apenas para os alunos inscritos na unidade curricular de Metodologia de Investigação I). 

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