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REFLEXÃO CRÍTICA

REFLEXÃO CRÍTICA


REFLEXÃO CRITICA INDIVIDUAL DA UC
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO I (MI17/18)
Ano letivo de 2017-2018
Prof. Fernando Albuquerque Costa 

Esta breve reflexão procura traduzir, por meio de palavras a minha percepção sobre o caminho da aprendizagem percorrido na Unidade Curricular Metodologia da Investigação I.
Relembrando, nosso percurso nessa UC teve inicio em 13/11/17, com o envio de um e-mail, na qual define a estratégia de trabalho, em que se pretende valorizar substancialmente o trabalho autónomo de cada um na construção do conhecimento sobre a temática da metodologia de investigação em educação, e que iria utilizar uma plataforma diferente da que estávamos utilizando, http://metinv.weebly.com/. Neste mesmo documento nos informa sobre a sessão síncrona, do dia 16/11/17, na qual explanou como seria conduzida a referida UC.
Esta nova experiência nos trouxe mais flexibilidade, pois além das sessões síncronas deveríamos desenvolver um ambiente pessoal de aprendizagem (APA), entendido como um espaço pessoal online, onde organizo as aprendizagens referentes às TIC, realizado ao longo do período das aulas, tomando como ponto de partida, diferentes temas abordados e relacionados com as metodologias de investigação científica no campo da Educação. Neste ambiente, pude selecionar a partir  dos textos sugeridos, alguns temas que acredito, possam contribuir com a consolidação da minha aprendizagem e que futuramente possa utilizar na dissertação final do Mestrado em Educação e Tecnologias Digitais. Este APA fora realizado com a ferramenta Blogger, associada às contas Google, http://ricardonatalicchio.blogspot.pt/.
Ao longo desta sessão, como dito anteriormente, pode apresentar a formatação da UC, a condução do APA e o trabalho em grupo à ser entregue no final da mesma. Tal trabalho refere-se a um pré-projeto de investigação, sobre um caso indicado pelo professor, denominado “Só com um computador na Escola”, o qual deveríamos imaginar que projeto teria sido criado para planejar o caso em estudo.
Comentou com os presentes a metodologia de avaliação (60% APA e 40% trabalho em grupo) e que poderíamos contar com as sessões de apoio as segundas feiras, as 21:00 hrs (horário de Lisboa-PT), pelo Skype, todavia pude participar apenas uma vez, em função de tarefas familiares. Porem as sessões síncronas, através da plataforma Zoom, foram num total de seis e tornaram-se cruciais a consolidação das aprendizagens. Continuando apresentou aos presentes o conteúdo do módulo 1, sobre a natureza da investigação cientifica, foi uma sessão muito produtiva, na qual o professor Fernando nos explicou o que é o conhecimento científico e suas características. A temática principal da aula foi tratar sobre a investigação científica no campo da Educação. Interessante conhecer o papel da investigação científica em Educação: busca de soluções para problemas, a partir da compreensão dos fenômenos estudados. Estávamos diante de um dos critérios para formulação de um problema a ser estudado no campo da Educação: aplicabilidade, o objetivo de um estudo é encontrar respostas para as questões que são importantes, tanto em sentido teórico como aplicado (Tuckman (2002).
Falamos em Etapas da Investigação, neste momento, o professor discorreu sobre diferentes fases do processo investigativo:
  • Problematização - questões e objetivos da investigação;
  • Planejamento - Plano de investigação que contempla itens como: objeto de análise, instrumentos de análise, informantes, modelo de análise;
  • Recolha e análise de informações: resultados, conclusões, aplicação e implicações.
Como estratégia geral, acompanhava as sessões, redigia algumas anotações e posteriormente, já de posse da gravação, realizava um mapa conceitual e através desta reflexão e imaginando a área e o tema da dissertação, selecionava alguns textos para leitura, disponibilizados previamente pelo professor em um grupo privado na ferramenta Mendeley, e posterior reflexão.
Como primeira tarefa, após a realização do ambiente APA, fora solicitado a inclusão dos objetivos pessoais e a respectiva estrutura para alcançá-los. Listo abaixo as minhas expectativas:
- Desenvolvimento do APA;
- Organização das informações de maneira adequada;
- Compreender os objetivos da UC, quanto a sua natureza, relevância e fundamentação;
- Estruturar as questões pertinentes à investigação cientifica, do ponto de vista ético e educacional, proporcionando a divulgação de sínteses pertinentes ao tema, que nos leve a reflexão sobre os desafios propostos.
Ainda no módulo 1, mas na segunda sessão síncrona no dia 23/11/17, o professor tratou de diferenciar o estudo qualitativo do estudo quantitativo. Começou falando da etapa inicial de um projeto de pesquisa: Tópico, Problema e Tese.
Explicou-nos sobre a formulação de problemas, da importância de reduzir a um aspecto para se aprofundar e estudar, para delimitar o problema a ser estudado, onde o investigador deverá defender um ponto de vista (uma tese).
O que é uma tese? É uma afirmação expressa, uma determinada ideia, ou proposição que irá ser documentada e descrita com base em recolhas de evidências, exemplos, argumentos... Pode estar condensada no próprio título da tese/dissertação.
Em termos acadêmicos, é necessário elaborar uma tese relacionada a integração das TIC na sala de aula, numa perspectiva qualitativa.
Como se formula um problema de investigação?
  • Selecionar um tópico: Os efeitos da publicidade no consumo do tabaco (serve para situar o problema).
  • Questão: Que impacto têm as mensagens de alerta sobre os riscos de câncer exibidas nas embalagens de tabaco têm sobre o consumo?
  • Tese: As mensagens de alerta sobre os riscos de câncer nas embalagens diminuem o consumo de tabaco, principalmente, entre os jovens.
A tese mostra o caminho que o investigador percorrerá no seu processo de investigação, ele deverá comprovar o que afirmou em sua tese. Tratar sobre os efeitos das propagandas sobre o consumo de tabaco.
Tratando especificamente sobre investigação na área da Educação, fomos levados a pensar numa perspectiva mais qualitativa e desafiados a elaborar exemplos de questões de investigação e teses. Eu formulei assim:
  • Tópico: Integração das TIC na sala de aula.
  • Questão: Que mudanças suscitam as TIC na organização das salas de aula?
  • Tese: As TIC promovem alterações significativas na organização da sala de aula.
Para aprofundamento sobre a temática, as leituras me ajudaram bastante. Uma das leituras que destaco sobre as etapas iniciais de um projeto de investigação encontrei em Tuckman (2002) e em Almeida&Freire (2003) um grande apoio para minha aprendizagem, pois os textos indicados para a leitura tratavam exatamente de clarificar sobre essa fase inicial da elaboração do projeto.
Já no módulo 2, na terceira sessão síncrona no dia 30/11/18, o professor abordou o tema “Sobre paradigmas de investigação científica”, onde nossos objetivos eram fazer uma distinção entre os principais paradigmas de investigação em Educação e respetivos fundamentos ontológicos, epistemológicos e metodológicos e ainda, conhecer para tomar consciência dos principais desafios de natureza deontológica e ética na investigação científica em geral, e na investigação em educação em particular.
Na quarta sessão realizada no dia 06/12/17, ainda no módulo 2, o tema fora Paradigmas de Investigação. De acordo com as explicações, compreendi na época que o investigador enuncia na 1ª parte do capítulo as suas opções metodológicas, situa os paradigmas que fundamentarão suas escolhas na produção de sua pesquisa. Para isso, é preciso justificar sua opção e depois suas escolhas.
Um dos livros citados nas referências, Paradigma Qualitativo e Práticas de Investigação Educacional, trata dos paradigmas interpretativos, e nele é citado o quadro Paradigmas Interpretativos, de Denzin & Lincoln (1994:13) , que ilustra muito bem o estudo que estávamos fazendo nesta sessão.
Algumas reflexões precisam ser feitas pelo investigador:
  • Que tipo de investigador sou eu? Quais as minhas crenças?
  • Qual abordagem pretende fazer? De cariz Naturalista ou Humanistas?
  • Quais os instrumentos de recolha de dados precisarei utilizar para conseguir as respostas para a questão inicial? (a perspectiva está relacionada com as escolhas dos instrumentos).
Em seguida, o professor discorreu sobre a abordagem Naturalista/Humanista, tratando sobre a ênfase, na qual recai os estudos elaborados com base nesta perspectiva:
  • interpretação do real;
  • representações dos indivíduos;
  • linguagem utilizada;
  • natureza subjetiva da realidade, em contraponto à natureza objetiva da abordagem Positivista;
  • ponto de vista do autor;
  • vê o indivíduo como um ser ativo na construção do real[...].
O professor frisou bem durante a conferência que o mais importante é a posição metodológica assumida pelo investigador e porquê. É preciso saber justificar!
Em seguida, passamos a tratar de uma das estratégias de pesquisa qualitativa, o Estudo de Caso. Assim, como a investigação etnográfica, os estudos (auto) biográficos e a investigação-ação. Todas são exemplos de pesquisas qualitativas. Para o Estudo de Caso, a coleta de dados é proveniente de entrevistas com perguntas abertas e de outros instrumentos.
Ainda nos foi passado à dimensão ética do trabalho científico, onde fora abordado sobre os cinco eixos no uso da informação:
  • eixo 1: necessidade de informação;
  • eixo 2: informação de investigação;
  • eixo 3: a avaliação da informação;
  • eixo 4: a organização do conhecimento;
  • eixo 5: a utilização ética da informação.
Na sessão do dia 14/12/17, a quinta, já no módulo 3, o tema abordado fora “Métodos, instrumentos e técnicas de recolha de dados”, definindo o projeto de investigação,  respondendo as questões de investigação, e os objetivos de aprendizagem previstos para este último módulo da unidade foram:
  • Identificar características nucleares de diferentes métodos, instrumentos e técnicas de recolha de dados empíricos, sua construção, aplicação e análise.
  • Organizar, comunicar e partilhar os resultados da investigação com a comunidade científica.
Esta conferência teve como objetivo nos debruçarmos sobre o Estudo de Caso do caso “Só com um computador na Escola”. Inicialmente, o professor apresentou-nos a definição de estudo de caso: Projeto de investigação sobre estratégias das tecnologias digitais no currículo. Passamos a analisar o que constava no relato do professor do caso em questão:
  • O que já fazem com os equipamentos disponíveis na escola?
  • Que tipo de trabalho promovem com os alunos?
  • Com quais dificuldades se confrontam?
  • Os problemas que tiveram de ultrapassar?
  • O que os alunos faziam? Leitura e pesquisas em livros paradidáticos e em enciclopédias, pesquisas no computador, escreviam e-mails e outros gêneros, conforme o trabalho proposto, um grupo assistia vídeos educativos e outros faziam jogos.
Sugeriu que para elaboração do trabalho, tentássemos identificar, a partir do caso:
  • Tema;
  • Problema;
  • Metodologia da recolha de dados, imaginar tabela com várias colunas para dispor as informações;
  • Aspectos relacionados à problemática;
  • Justificativa;
  • Objetivos do projeto;
  • Técnica de recolha de dados: o que foi utilizado pelos investigadores: entrevista ou questionário?
  • Análise de conteúdos;
  • Implicações/consequências.
Também fora apresentado o caso da “Escola Google sem computador”, onde os maiores especialistas em novas tecnologias da América, matriculam seus filhos em uma escola sem gadgets, apenas lápis e papel.
Na sexta e ultima sessão síncrona, no módulo 3, ocorrida no dia 19/12/17, continuamos com o tema anterior, trabalhando sobre o trabalho de Clara Coutinho, “Aspectos metodológicos da investigação em tecnologia educativa em Portugal” sendo a recolha de dados o mote da sessão.
Acredito que a experiência adquirida na confecção do trabalho em grupo do pré-projeto, as questões pertinentes a paradigmas da investigação e sobre a metodologia da pesquisa qualitativa, indicada para se fazer pesquisa na área da Educação estão bem mais claras. Nos colocar no lugar do pesquisador, recorrer a diversas fontes de pesquisa e elabora-lo de forma colaborativa, enriquece nosso aprendizado. Esta UC, ampliou meu conhecimento sobre as ferramentas de apoio ao investigador, permitindo ampliar minhas possibilidades de pesquisa e organização, de forma sistematizada, aprimorando minhas competências. Espero continuar, de forma estruturada, minha aprendizagem e a UC de Metodologia de Investigação fora um dos primeiros degraus nesta caminhada.


RICARDO NATALICCHIO

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