PARADIGMAS DA INVESTIGAÇÃO EDUCATIVA
O que é paradigma
É interessante mencionar os paradigmas na pesquisa educacional na medida em que nos ajudam a esclarecer a natureza complexa das concepções que estão por trás da mesma, pois nos mostra como uma pesquisa e a avaliação é feita concretamente.
De acordo com Kuhn (1982), um paradigma é um conjunto de pressupostos inter-relacionados sobre o mundo social e fornece "um quadro filosófico e conceitual para o estudo organizado do mundo social”. É um quadro científico específico com algumas regras metodológicas, pressuposições ontológicas, generalidades teóricas aceitas por uma comunidade de cientistas e da qual realizam suas atividades e investigações. Outro destaque é que um paradigma não é um posicionamento pessoal, mas algo compartilhado por um grupo ou comunidade de cientistas.
Poderíamos dizer que um paradigma apresenta as seguintes características (Nirenberg,
Brawerman y Ruiz, 2000):
O paradigma positivista
Este paradigma também é conhecido com os nomes de recursos quantitativos, científicos, empirico-analítico, racionalista, tecnológico, etc. É o paradigma dominante em algumas comunidades científicas e é o modelo que dominou em pesquisas de Ciências Sociais e Educação do inicio até nossos dias, sendo em muitos momentos de investigação educacional o único paradigma. A partir dos anos 60 eles começaram a aparecer, de forma interessante, em novos projetos.
O positivismo parte de suposições sobre a concepção do mundo e o modo de conhecimento. Entre estas suposições podemos destacar as seguintes: (Latorre, Arna1 y Del Rinc6n, 1996, p. 40).
Na área da Educação, a aplicação dos planejamentos nos leva a uma interpretação da realidade educativa, baseada em uma serie de princípios, alguns dos quais passaremos a listar:
O modelo positivista tem sido amplamente criticado na atualidade, esta sendo questionado sua aplicação nas Ciências Sociais em geral e na Educação, em particular. O excessivo rigor metodológico que impõe o método cientifico, muitas vezes é um obstáculo para a sua aplicação no estudo dos fenômenos educativos. Nesta mesma linha Cohen y Manion afirmam:
O paradigma interpretativo
Este paradigma também é conhecido como paradigma humanista, lista natural, etnográfico, qualitativo fenomenológico, hermenêutico, etc.
A primeira diferença com o paradigma positivista reside na sua origem, que é muito heterogêneo, na verdade, esse paradigma abrange um conjunto de corridas humanistas-interpretativas cujo interesse se concentra na compreensão dos significados das ações humanas para diferentes pessoas envolvidas na ação social.
Jacob (1987) reúne as tradições de cinco escolas de pensamento que dominam nas tradições da pesquisa qualitativa: psicologia ecológica, etnografia holística, antropologia cognitiva, etnografia de comunicação e interacionismo simbólico.
Pela psicologia ecológica, a tradição de metodologia é entendida qualitativo que visa descrever de forma detalhada e objetiva os comportamentos para descobrir as leis que os governam.
O centro da etnografia holística é o interesse pela exploração, descrição e análise dos padrões culturais de um grupo social a partir do ponto da visão de seus membros.
Os antropólogos cognitivos pretendem estudar o sistema semântico de um grupo como forma de conhecer a sua organização cultural.
A etnografia de comunicação estuda procedimentos de comunicação e interação dentro de um grupo e entre diferentes grupos.
Finalmente, o interacionismo simbólico concentra seu interesse na interação entre indivíduo e grupo, dando especial importância aos significados dessas interações.
Alguns dos postulados que se assumem deste paradigma são os seguintes:
Porem, este paradigma não esta isento de criticas. Algumas destas, são verdadeiramente duras, como as coletadas por De Miguel (1988) y Fernandez Cano (1996). Entre elas se podem mencionar as seguintes:
O paradigma crítico
O paradigma crítico agrupa uma série de abordagens de pesquisa que, apesar de seus princípios básicos estarem muito próximos do paradigma interpretativo, tentaram responder ao que, segundo eles, têm de conservadorismo, ao não questionar através da pesquisa, o status quo estabelecido. Como Mateo (2000a) diz, ele pretende superar o reducionismo de paradigma positivista e conservadorismo interpretativo, admitindo o possibilidade de uma Ciência Social que não seja puramente empírica nem exclusivamente interpretativa. Outras denominações com as quais se conhece são o paradigma sócio-crítico, pesquisa-ação, emancipatória, ciência crítica, orientada para a mudança, etc. Basicamente, a pesquisa sob o prisma do paradigma crítico começa da crítica da situação com o objetivo de construir situações e realidades (sociais, escolares, comunitárias) mais justas. Portanto, muitas vezes este tipo de pesquisa geralmente é chamado de pesquisa como praxis orientado.
Colas y Buendia (1998), Arnal, Del Rinc6n y Latorre (1992) y Fraenkel y Wallen (2000), sintetizam os planejamentos que se realizam deste paradigma critico:
Características dos métodos qualitativos e quantitativos
Embora no nível epistemológico tenham sido propostos três paradigmas, o único método prático a se falar é de dois grupos ou possibilidades: métodos quantitativa e qualitativa. Isso levou, em alguns casos, a falar de dois paradigmas, o paradigma quantitativo e qualitativo. Do nosso ponto de vista, esta abordagem não é inteiramente correta, porque, como temos claro, o paradigma crítico apesar de ser um paradigma antipositivista e compartilha a maioria das características da metodologia qualitativa, tem algumas características diferenciais com o paradigma interpretativo. Portanto, no nível metodológico, devemos falar sobre métodos quantitativos e métodos qualitativos.
A pesquisa quantitativa é uma pesquisa basicamente confirmatória, inferencial e hipotética-dedutiva. O pesquisador se situa fora da investigação, sendo um elemento externo para o objeto que é investigado. Também tem sido chamado de pesquisa experimental, empírica e estatística. As características que melhor definem a pesquisa qualitativa são as exploratório, descritivo, indutivo, próximo aos dados e não generalizável.
O investigador está mais interessado em qualidade do que na quantidade. Ele é apresentado em situações de pesquisa, participando delas. No caso de métodos qualitativos, surgem problemas de pesquisa muitas vezes das necessidades que ocorrem nos próprios grupos sociais. Estes são problemas conhecidos como abertos, no sentido de que eles podem mudar à medida que a investigação progride.
Algumas questões sobre os paradigmas
Uma boa parte das últimas três décadas dos últimos anos foi caracterizada para o debate epistemológico entre os vários paradigmas, fundamentalmente entre o que poderíamos chamar de abordagem quantitativa e qualitativa.
Alvira (1982), dizia que a polemica estava viciada na raiz pelas seguintes razões:
Alguns termos usados referente à pesquisa quantitativa são os seguintes: difícil, abstrato, explicativo, científico, objetivo, livre de valores, dedutivo, rigoroso, nomotético, ruim, bom. Referir a pesquisa qualitativa alguns termos coletados são: flexível, fluido, pré-científico, subjetivo, indutivo, político, idiográfico, bom, ruim.
Para Walker y Evers (1997), se pode falar de três momentos diferentes no debate epistemológico entre os paradigmas:
Na hora de colocar em pratica este planejamento, Nisbet (1998), apresenta quatro propostas:
Em linha com o anterior estariam as contribuições de Dendaluce (1995, 2001) o qual denomina «pluralismo integrador». Algumas características desta proposta são as seguintes:
Nesse sentido, as palavras da professora Pérez Serrano, que faz uma chamada para não dispensar as valiosas contribuições que podem oferecer-nos alguns dos paradigmas nestes tempos, que ela chama de crise:
Referências:
Lukas, J. F., & Santiago, K. (2004). Naturaleza de la investigación y evaluación en educación. JK Lukas e K. Santiago, Evaluación educativa. Madrid: Alianza Editorial, 23 - 41.
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